terça-feira, 29 de novembro de 2011

o sol do final de tarde
liquefaz-se na tez areia da tua face
onde o tempo se queda à incandescência do sorriso.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sabes
a noite é folha,
onde te escrevo,
nua
e
encontro o poiso,
ao frio sob a lua,
para o crescente
do sentir(te)
amor.

às folhas d'outono, oiço-lhes o som inquieto do voo.

- e nu, à passagem rebelde do vento,      
      poiso o olhar ao traço da sombra
              em que vestes a luz da manhã.


domingo, 27 de novembro de 2011

a cidade diz-nos o amanhecer ao silêncio húmido das pedras
que nos murmura dentro o querer permanecer.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

embebe-me a azulada bruma,
sob o orvalho límpido do alvorecer.
atravesso a rua ainda deserta,
perscrutando o eco dos meus passos
por entre a sombra do vento.

destila-se o amanhecer ao cheiro da tua pele.

assoma a incandescência,
sob as transparências cristalinas
dos fios de ouro que lambem
a penumbra dos umbrais adormecidos
e embebem a cidade de magia.

goteja a volúpia do teu toque na brisa que me beija.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

...beija-me a tua voz, como se fosse ondulação a acariciar a areia de uma praia deserta.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011



fecho os olhos e escuto a ressonância ao som dos teus passos sobre a terra
humedecida pelas gotículas do orvalho a cair lá do alto das árvores.
- as folhas caducas a desatarem-se ao musgo dos ramos
e no remoinho do vento encontrarem o seu poiso.

[e a tua mão direita a atar-se à minha mão esquerda, como se os dedos fossem nós]

sob o murmúrio transparente das águas que te bebem ao peito,
há um rio a querer escorrer-me às janelas do olhar.


domingo, 20 de novembro de 2011


quero suspender o tempo
ao desabotoar etéreo do teu sorriso
e tatuar a pele das tuas mãos às minhas.

sábado, 19 de novembro de 2011

e os dedos de chuva, amor a desenhar-te 
os contornos ao sorriso que aos teus lábios 
nasce como o sol levantar-se do chão pela manhã.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

a noite evola-se no renascer em silêncio
ao beijo da tua face sobre a minha pele.


saio à rua e dos olhos escorre-me
o brilho transparente em que despes
na incandescência ao sopro da tua voz.

as folhas caducas vestem o chão de outono
e das nuvens a chuva desce no abraço do vento.

caminho sobre a terra húmida e a mão abre-se para ti.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011


o querer amanhecer no cheiro da tua pele e deixar o olhar
beijar a nudez do teu corpo sob o silêncio âmbar da manhã.


domingo, 13 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

como se fôssemos duas árvores em margens opostas de uma estrada abraçadas pelos ramos em flor a beber a seiva ao amor que nos escorre dentro a querermos fundir-nos no mesmo espaço de terra.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011


no céu o esplendor da lua cheia e ao peito o coração a transborda,
percorre-me a dança morna do vento e o intenso querer te abraçar.


sob a intimidade cúmplice do silêncio,
faz-se o amor dentro de nós.

dos teus olhos escorre o líquido transparente que me sorve a batida do coração, 
como o liquefazer do sol da manhã numa gotícula de orvalho.




quarta-feira, 9 de novembro de 2011



o caminhar suspenso na aura do luar,
como se no teu olhar imergisse,
ao pulsar (pro)fundo do peito,
onde transborda o murmúrio
-amo-te.




dos beirais dos telhados
o gotejar fresco do céu
e os sorrisos enamorados
a poisar aos lábios molhados.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

...sei de uns olhos onde naufrago
na imensa profundidade do (a)mar
- são os teus olhos meu amor.




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

chove-me a saudade em silêncio como o escorrer lento da dor ao murmúrio de um violino em melancolia saudades de ficar quedo na beleza do teu rosto imerso no azul dos teus olhos a beber-te a luz ao sorrir saudades de tocar-te a pele macia a inebriar-me na volúpia do teu cheiro ao percorrer-te o traço sensual do corpo saudades de ti meu amor.



a tarde estendia-se sobre o palco do tempo, 
onde, aos olhares em abraço, o amor 
se revelava em tons iridescentes.

era o tempo do amor acontecer à nudez dos corpos 
a emanar o inebriante cheiro do desejo a respirar à pele.
...como o desabrochar único de uma flor-de-lótus,
floresces-me no esplendor de um sorriso ampliado.

domingo, 6 de novembro de 2011

falas-me, no resplandecer de um murmúrio que me beija todo o ser,
como se o tempo fosse um afluir cristalino.



como um sopro em rasgos de incandescência,
o amor inunda-me o sorriso de luz.

[bebe-me ao silêncio do olhar].
...a manhã faz-se cidade silêncio ao murmúrio do verbo amar.


sábado, 5 de novembro de 2011


a beleza do timbre melancólico de Stuart Staples
a dizer She's my oblivion - it's to her i run.
sinto o amadurecer do poema coração,
a raiz de cada verso rasgar-me a carne
e o intenso influir da palavra às veias.
Oh you are my blood like a holy wine
a suspirar na embriagante voz de James Blake.



há a imensa chuva que escorre,
sob a sôfrega libido dos corpos,
pelos sequiosos sulcos do solo.

há o desejo a crescer aos sentidos,
sob a avidez intensa da paixão,
pela entrega total ao ato do amor.

o paladar do café na boca a chamar os teus lábios / o ímpeto das águas a cair no açude / a minha língua a penetrar na tua boca quente / a espuma das águas a emergir em fúria / penso: os nossos corpos nus a fazer amor sobre o banco de jardim, só / eu dentro de ti e tu a sussurrar amor ao meu ouvido / e a corrente das águas a vazar o caudal do rio, pleno.



deslocou-se sobre a ondulação do mar,
como gaivota a voar para dentro do sol.

o sal da água a rasgar-lhe a pele
e a maresia a inflamar-lhe o peito.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

o brilho das estrelas a beijar-nos
como cisnes a deslizar nas águas prateadas do lago.

damo-nos em sorriso a saborear
o adentrar silente dos fios resplandecentes de luz.

o pulsar às mãos que se entregam
em conchas que transpiram o sentir de dentro.

e os olhares em incandescência
sob o eclipsar do tempo à raiz do abraço corpo.

[morada eterna desta força incondicional do amor]




quinta-feira, 3 de novembro de 2011



há na madrugada um abandono ao vazio.
como se o coração rasgasse o peito ao corpo nu,
sob o pulsar da noite, indo ao teu encontro, seio-amor.
e a chuva rebate contra a vidraça quando te beijo na intimidade do silêncio.

quero escrever-te a pele
e respirar-te a cada poro.

quero beber-te os lábios
e habitar-te a boca amor.

...ao abraço das nossas mãos em concha
o depositar da chama intensa do Amor
que incendeia o todo das águas profundas
que afluem em incandescência ao a(mar) do Nós.

[numa viagem em sorriso que se quer e sente sempre, para sempre]




...à chuva a alma sorve a luz âmbar do teu rosto.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

o sol estava a pino
e a flor desabotoou-se
em pétalas resplandecentes.


as folhas ocre separam-se dos ramos das árvores vestindo o chão de outono,
como se o teu corpo maduro a desnudar-se sensual e radiante para mim,
arrebatando-me na plenitude do amor.



O luar beija em resplandecentes filamentos
as flores que libertam o seu perfume...

...o etéreo silêncio ao anoitecer do jardim.

Os teus cabelos dançam rebeldes
derramando aos meus sentidos
uma inebriante fragrância...

...puro fascínio.

Suspende-se o tempo
ao imergir dos nossos lábios,
sob o escorrer de rios de mel,
no humedecer das nossas bocas
ao êxtase do beijo...

...o arrebatar da eternidade ao Amor.



quero dizer-te cada amanhecer no movimento cristalino
da luz a lamber-te o cheiro do ato de amar à pele.