domingo, 29 de janeiro de 2012



poisa a tua mão sobre a palma aberta da minha, e sejamos voo às asas dos corações em murmúrio de um mesmo e único compasso no influir do sangue ao abraço dos corpos feitos um só ao entranhar da raiz na pele e na carne desde que nos fizemos amor pela primeira vez.

e é sempre como se fosse a primeira vez...



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

aconteces-me, como o escorrer ardente e húmido da maresia à pele, ao laranja fogo a embeber o céu de azul precioso.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

e a manhã a rasgar-se à incandescência do sol a beber o azul no percorrer das ruas a ressoarem murmúrios de eternidade...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012


e o chilrear dos pássaros a liquefazer-se à transparência das águas
ao ribeiro que traça o seu álveo entre as árvores nuas...


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

os olhos a fazer poiso em ti, como se se encostassem à beleza que te provém do íntimo, os dedos da mão direita a mexer o açúcar aos nossos cafés e os da mão esquerda a lamber o perfume aos cabelos que se desabotoam em sorriso, no pender ao azul dos teus olhos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



amanhece. quero pegar a tua mão na minha construir a casa ao nosso abraço e respirar o amor no sopro inebriante da tua pele. quero a minha boca a inclinar-se sobre a tua boca e os olhos a fecharem-se embevecidos. quero dizer-te o pulsar no peito à língua do beijo que aos nossos lábios nasce como a chuva morna de outono. quero permanecer em ti no sermos um à raiz amor.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

qual mar a acariciar o sol ao viço da humedecida ondulação
enrubesce-me o adentrar líquido do azul ao imo do teu olhar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012



ao azul o sol emerge e derrama feixes de luz no atravessar das camélias a erguerem-se em flor à alameda e o arrulhar dos pombos inquietos no fluir da vida ao coração da cidade e o silêncio dos braços aos corpos a fazerem-se abraço.



domingo, 15 de janeiro de 2012

e a manhã faz-se no rutilar dos sóis ao transparente azul dos teus olhos, como se fossem pérolas a despontar das profundezas do mar.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

e o sol a adormecer em silêncio ao recorte da silhueta das colinas no incêndio a horizonte.
e os corpos em murmúrio a adentrarem-se a serem pele a serem suor a serem orgasmo a serem tudo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

e a tarde a avançar ao beijo do sol por dentro do perfume no dançar dos teus negros cabelos a acariciarem-me as faces.

domingo, 8 de janeiro de 2012

e a cidade a despir a noite à incandescência
da luz que pende em cachos âmbar
aos candeeiros a erguerem-se
das ruas a rasgarem-se
em fogo para nós.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ao âmbar da luz que atravessa a janela,
os corpos a transudar amor caem lentos,
no (e)terno adormecer à raiz do abraço.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


- Não saias de mim! - transluzias-me às intensas contrações, no abismo do orgasmo.
E eu recebia-te toda no abraço do êxtase, sob o segregar do almíscar, à osmose dos nossos fluidos.



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

as camélias fazem-se tapete de pétalas brancas e cor-de-rosa no cheiro campestre que se eleva nas asas do beijo feito manhã
e o sol a despir-se aos canteiros do jardim enamorando a flora que se derrete em cristalinas gotículas de orvalho.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

os troncos das árvores pendem para o leito e os ramos nus acoplam-se
ao íntimo beijar dos feixes de luz sobre a espuma das águas que vazam o açude.