sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

moro dentro do beijo
nosso
sob o escorrer da essência ao
paladar

e o levantar do desejo num voo
transcendente
ao desnudar dos corpos para o ato
do amar
como se as línguas fossem asas às bocas
em incêndio

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

e a luz da manhã a adentar no quarto
e o cheiro a amar a escorrer às paredes das janelas
e no sermos um em orgasmo o brotar transcendente da vida.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

os nós dos dedos desatam-se os corpos suspensos diante de si mesmos
os braços a fazer-se abraço e o sol a beijar a paz ao silêncio do nós.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


era o preceder da noite
ao tom dourado do ocaso
a derramar-se sobre a tez
límpida da tua face,
sob o transpirar quente
da chuva e o arco-íris
a nascer-te dentro do sorrir.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


o querer dizer-te do fogo aos olhares e da luz a escorrer em fagulhas aos sorrisos em abraço.
o querer escrever-te a pele dentro da pele no se liquefazer do amor aos corpos nus
e o inebriante derramar dos fluidos em osmose ao infinito renascer em êxtase.

o querer ser-te tudo no todo do sermos um.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



- Amo-te. - disse-lhe ele, no sopro que os lábios desenharam à batida do coração. 
E ela beijou-a na luz branca de um sorriso.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


quando tu danças
quedo-me no tempo.

apenas o movimento lento dos olhos
a beber-te o compasso a cada passo.




e como um pássaro a voar dentro do sol ao alviceleste,
beijo o murmúrio no esvoaçar dos teus longos cabelos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

abre-se a madrugada,
sob o fascínio
resplandecente
da aurora
ainda adormecida,
ao sorriso
que derramas
deslumbrante,
por dentro
em mim.

domingo, 4 de dezembro de 2011

- Olha para mim - disseste-me.
Penetraste-me tão fundo, como sol a pôr-se para lá do outeiro do monte, que fiquei preso ao fundo azul daquele primeiro olhar. Depois, ambos sorrimos envergonhados, como se o amor se fizesse murmúrio a desprender-se à voluta do café às nossas bocas.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



à tez nua da face,
o vento húmido desabotoa-me,
um por um
o toque dos teus dedos,
num imenso querer chover
em carícias.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


ao crescente dourado,
içam-se as velas do peito
no levantar da âncora,
sob o murmúrio da ondulação
que deriva incessante,
para esse transparente azul
que ao teu olhar se eleva.