terça-feira, 20 de março de 2012

abre-se o desejo à boca
como o desabrochar pele
da flor cerejeira,
e o ser beijo ao encarnar
pétala à língua.
 

sábado, 17 de março de 2012



aflui-me o mar aos olhos quando me dizes o brilho das estrelas ao doce sopro dos teus lábios.



quarta-feira, 14 de março de 2012

o perfume da primavera a evolar-se no azul dourado, os ramos das árvores em flor a serem ninho ao migrar das andorinhas e ao pulsar do peito o ressoar do amar(te).


domingo, 11 de março de 2012


balançam-se transparentes as águas do lago ao lamber do sol,
como se espelhassem os murmúrios do desejo à brisa da tarde.

sexta-feira, 9 de março de 2012


às águas do rio o beijo cristalino no voo do pato real
o poema a fluir-me às veias e a fazer poiso em ti...


quarta-feira, 7 de março de 2012



é simples o querer que me pulsa ao peito e corre nas veias - viver(te). quando se sente a força do amor, todo o ser é rio a fluir nessa direção, tudo o mais perde importância. mais do que o ato de respirar, há a necessidade de respirar-te, de ser-te todo, na nudez do teu sorriso - feliz.


terça-feira, 6 de março de 2012

a noite cresce à meia lua
luminescente ao azul
dos teus olhos onde os meus
se derramam e imergem.

sorrisos a desabotoarem-se
aos rostos a inclinarem-se
ao intenso aroma a café
para a maré cheia do beijo.


sábado, 3 de março de 2012

[as manhãs são feitas azul no a-cor-dar dentro de ti]

de que importa se o céu se cobre de cinzento
e das nuvens se faz chuva,
quando entrar em ti é sol a liquefazer-se no mar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

as mãos nas mãos, os olhos a beberem-se em silêncio e o acelerar do murmúrio aos corações no peito. as bocas a rasgarem-se em sóis, como rosas a brotarem na primavera em pétalas encarnadas e o beijo a escrever-se ao cúmplice rutilar. como vagas a transbordar ao crescente da lua, os corpos a derramarem-se um no outro, no intemporal naufrágio do desejo.